Veganismo como necessidade.

Não se afaste do texto por achar o tema radical e distante, pois escrevo justamente para você. E não, eu não sou vegana. O intuito dessa postagem não é trazer convencimento, pois acredito que só convencemos à nós mesmos, porém, da mesma maneira como ocorreu comigo, penso que posso tocar outras pessoas com o instrumento que fui tocada, a informação. Só a luz do conhecimento pode trazer mudanças realmente verdadeiras.

Há 8 anos, quando soube pela primeira vez das crueldades dos matadouros, decidi me tornar vegetariana. Foi uma caminhada de altos e baixos, até que após me manter firme por quase um ano, devorei um pedaço de boi com gosto e resolvi aceitar que talvez eu ainda não estivesse preparada. Realmente a cultura pelo consumo de carne está entranhada e mascarada, não nos fazendo olhar para um patê ou para um nugget e entendê-lo como um animal morto.

De lá pra cá reduzi drasticamente a carne da minha alimentação e há pouco mais de um ano, quando comecei a ler sobre temas relacionados a consumo consciente e sustentabilidade, novamente me vi muito sensibilizada com o tema. E então no início deste ano, uma amiga me indicou o documentário Cowspiracy, disponível no netflix.

Sem conter cenas fortes de matadouros e sofrimento animal, o assunto no filme é tratado por um outro viés, e acredito ser o que me faltava. Foi um verdadeiro banho de água fria descobrir que não comer carne é apenas parte do processo, já que ao consumirmos o leite e outros derivados animais, por exemplo, presente em tantos alimentos comuns em nossa dispensa e geladeira, estamos compactuando não somente com os maus tratos e a exploração animal como fortalecendo uma indústria responsável pelo maior consumo de água do mundo, por desmatar 80% da nossa floresta e muitos outros dados impactantes que deveriam ser de conhecimento geral.

O documentário me apresentou novas motivações para persistir em meu propósito e hoje, após quase 6 meses estando vegetariana, sigo caminhando para o veganismo.

Acredito que muitos dos nossos hábitos são reproduções impulsivas do nosso sistema devido à falta de informação, porém, quando a temos, nossas escolhas se tornam de nossa inteira responsabilidade.

"É preciso se desvestir de velhos esquemas e hábitos se queremos efetivamente construir um mundo novo." (WHITAKER, 2005, p.23)